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Sonhar é preciso – Parte III

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O acidente mexeu com a minha vida, de todas as formas que vocês possam imaginar. Ninguém passa por uma história dessas sem mudanças profundas. Mas teve o lado cômico também. Os fatos dos dias anteriores ao acidente foram apagados da minha memória. Eu não lembrava se já tinha terminado as provas na faculdade(era último período), não lembrava que tinha viajado e não lembrava que tinha terminado o namoro! Sem problemas, não tivesse sido o meu ex-namorado e família as pessoas que foram me socorrer, porque minha família não morava no Rio. Eles cuidaram de tudo e a primeira coisa que lembro foi quando cheguei no terceiro hospital. Já tinham passado quase 17 horas desde o acidente, segundo as pessoas eu mantive o olho aberto, conversava e tagarelava como sempre. Mas não lembro de nada.

Passei 3 semanas sem trabalhar e como eu era consultora, 3 semanas sem receber. Isso pra quem tinha um apartamento alugado, carro financiado, montes de contas e agora mais conta de hospital, exames, médicos e remédios(porque o plano de saúde só cobriu uma parte) foi como uma bomba! Mas graças a Deus, tive ajuda da família do meu ex e da minha família. Depois do acidente eu dormia no máximo 2 horas por noite e foi assim durante quase dois meses. E acordava cheia de disposição. E como ainda era noite, fica pensando, pensando, pensando, com uma sede de viver, de ver o mundo, de ter mais qualidade de vida. Não tinha pesadelos e não fiquei com nenhum trauma, porque não lembrava de nada. Voltei a dirigir no fim das três semanas e todo mundo que tinha me visto e visto o carro, tinha mais medo que eu. Foi mais traumático pra eles do que pra mim. Só fui ver as fotos do carro no dia que fui no seguro pegar o cheque pra comprar o novo carro. E aí sim foi um choque. Mas comprei um outro carro, igual ao anterior, mesma cor, mesmo modelo. E tentei voltar a vida normal. Trabalho. Formatura na faculdade com a família toda comemorando. E por família, incluam aí família do namorado também! Mais um passo dado. Mais uma vitória conquistada.

Comecei 2001 com pensamento: ano novo, vida nova. Primeiro dia útil do ano, foi meu primeiro dia na Gcom. E lá minha vida deu outra guinada. Comecei trabalhando na busca do portal, meu gerente era o Márcio, que também mantém um blog(ele agora mora no Canadá) e já andou comentando aqui no blog em posts anteriores. Depois de algumas semanas trabalhando lá, surgiu o primeiro grande desafio: um grupo de americanos estava trabalhando no projeto Vignette e eu fui convidada a participar da reunião. Fui toda animada, já estava fazendo meu cursinho de inglês há quase um ano, já falava “The book is on the table” e achava que estava garantida. Fim da reunião, a única frase que eu entendi foi o cara falando “My name is… ” e no resto, meu ouvido tampou. Eu não consegui entender nada! Perguntei então pro gerente, o que foi discutido na reunião e ele me respondeu: você vai ter que trabalhar com eles a partir de amanhã pra discutir uma solução pra busca. Fiquei desesperada! Uma menina foi designada pra me ajudar na tradução e dia seguinte lá estava eu. Depois de meia hora de tentativa frustrada(ela não entendia muito mais que eu, o cara tinha um sotaque do cão!), resolvi dispensá-la e comecei a conversar com ele, fazer mímicas e desenhos. Saí da reunião de uma hora com a cabeça explodindo pelo esforço. E aí num papo de corredor, ouvi eles comentando que estavam recém-chegados, que não conheciam nada do Rio e resolvi grudar neles o máximo de tempo possível pra aprender mais rápido. Levava pra almoçar, jantar e em um fim de semana, junto com meu namorado(que falava inglês fluentemente) e algumas amigas, resolvi levá-los pra um fim de semana em Búzios. Era minha chance de passar um fim de semana imersa falando somente em inglês. Este grupo foi embora e chegou um outro grupo. Nele veio uma canadense, que acabou virando uma grande amiga, a Soraya. Quando o namorado dela veio visitar, servi de guia turistica, motorista, levava os dois pra almoçar, jantar e juntei minhas amigas e levamos os dois pra Buzios no fim de semana. Em troca, inglês 24 horas por dia. Ou quase. ;). E assim, em dois meses, meu inglês melhorou mais que em um ano de curso de inglês.

Trabalhamos no projeto por mais ou menos 6 meses e surgiu uma oportunidade pra ir tentar uma vaga de trabalho no Canadá, na empresa do namorado da Soraya. Arrumei as malas, comprei passagens, saí da Gcom, deixei meu carro na casa da minha mãe, entreguei o apartamento e parti pra ver o mundo. Era minha primeira viagem de avião, primeira viagem internacional. Fiquei na casa da Soraya em Seatle, fomos de carro pra Vancouver, fiquei na casa dos pais dela em Vancouver e quando ela teve que voltar pra Seatle, aluguei o basement da casa dos pais dela e comecei o processo de entrevistas. Mas na semana que cheguei ao Canadá, as leis de imigração baseadas em trabalho mudaram e eu tive que desistir. Passei um mês no Canadá, passeei bastante, curti, fiz contatos, falava inglês o tempo todo, comia comida indiana todo santo dia(os pais dela eram da India) e na volta passei por Nova York, pra uma semana de férias. Me apaixonei pela cidade e tive a oportunidade de ver, subir nas torres e tirar montes de fotos das Torres Gemeas do World Trade Center, alguns dias antes do fatídico 11 de setembro.

Ao invés de voltar frustrada, voltei super feliz. A experiência tinha sido única, meu inglês melhorando a cada dia. Liguei pro gerente da Gcom e ele disse que ainda tinha minha vaga aberta, fui negociar aumento de salário com a consultoria(nesse tempo eu já sabia que PODIA pedir mais!), o apartamento que eu morava também estava vago, peguei meu carro de volta e voltei a minha vidinha, mas agora eu tinha sentido o gostinho, sabia como era a vida lá fora e ninguém mais me seguraria!

Categorias: Sonhar é preciso

Sobre a Autora

Claudia Beatriz mora nos Estados Unidos desde 2004, atualmente entre Orlando e Washington DC. Apaixonada por viagens, escreve nos blogs Aprendiz de Viajante e Orlando para Viagem. Aqui escreve sobre as coisas do cotidiano, vida no exterior, estilo, tecnologia, mídias sociais e o que mais der na telha.

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